terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Biografia do Poeta Vicente Reinaldo

 

Vicente Reinaldo de Medeiros

Nasceu no dia 23 de fevereiro de 1957, na cidade de Caririaçu, sul do Ceará, filho de Afonso Reinaldo de Sousa e Maria Marcionília de Medeiros. Viveu sua infância na roça, é cantador-repentista, começou a cantar aos 15 anos de idade, seu primeiro programa de rádio, foi na rádio Progresso de Juazeiro do Norte, CE, mudou-se para Brasília-DF, em 1976 e, em 1987 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde vive até hoje. Em São Paulo trabalhou na rádio Cumbica AM Guarulhos-SP, rádio nova difusora AM Osasco-SP, rádio Metropolitana AM mugi das Cruzes-SP, e rádio imprensa FM São Paulo-capital. Além de radialista (Locutor), apresentador de TV (apresentou o programa Revista Rural pelo Canal do Boi durante um ano e quatro meses), é professor licenciado em Pedagogia, Ciências Sociais e pós-graduado em Docência do Ensino Superior. Contatos:

(11)96890-3464 WhatsApp

E-mail: vrdemedeiros@gmail.com 

Blog: https://versostextosemusicas.blogspot.com/

Site: www.tudosobrerepentistas.wix.com/repentistas

 

Versos para Foucault

 Autor: Vicente Reinaldo


Michel Foucault, o filósofo
De pensamento profundo,
De humanidade completo,
De sapiência fecundo.
Nasceu na França e seu nome
Espalhou-se pelo Mundo.

Investigou a história
Desde a vida na caverna
Tratou direto da escola,
Com sua idéia moderna,
Ensinando ao governado
Livra-se de quem governa.

Foucault disse que a escola
Produz à sociedade,
Questionou, criticou
A idéia de unidade
E desmentiu o conceito
De universalidade.

Foucault disse que os sistemas
De assistência e proteção
Como hospital e família,
A escola e a prisão
Também contêm mecanismos
De controle e punição.

Michel Foucault concluiu
Que o sistema escolar
Não era disciplinado,
Mas era disciplinar,
Impondo a obediência
Pra ninguém se rebelar

Não concentrou seus estudos
No governo ou na nação.
Concentrou na medicina,
Na loucura e na prisão,
Na sexualidade
E, na ampla educação.

A obra foucaultiana
Não é reles nem barata
A toda classe acadêmica
Ela auxilia e formata
E serve de suporte heurístico
Prá quem é autodidata.

Este é o mais brilhante
Curso de pedagogia,
As aulas são recheadas
De prática e de teoria
E os seminários são feitos
De palavra e poesia.


Trabalho apresentado
Num seminário sobre Michel Foucault
(Curso de Pedagogia da Univ. Anhanguera).

Acróstico poético - Vicente Renaldo

 

MULHER

M usa de todos os mestres,
U ma santa sem Altar,
L ua do céu do amor
H umildemente a brilhar,
E ntidade que dá vida,
R ainha e deusa do Lar.

VICENTE

V ivo de viola ao peito
I mprovisando canções,
C antando as coisas da vida
E nlevando corações,
N o vendaval das tristezas
T entando manter acesas
E fervescentes paixões.
Vide esclarecimento, abaixo:
Acróstico, composição poético em que o conjunto das iniciais dos versos compõe, verticalmente, uma palavra, quase sempre, o nome do autor. (FONTE: DICIONÁRIO BRASILEIRO DE LITERATURA DE CORDEL).

domingo, 17 de janeiro de 2021

 

É TRISTE SONHAR COM QUEM, NEM SEQUER PENSA NA GENTE

Sinto por uma vizinha
Uma paixão que me abrasa.
A distância é uma casa,
Da casa dela pra minha,
Às vezes, de manhãzinha
Ela passa em minha frente,
Mas só fala, secamente:
- Oi, como vai, tudo bem?
É TRISTE SONHAR COM QUEM,
NEM SEQUER PENSA NA GENTE.

Eu não digo o nome dela
Só digo qu'ela é atriz
E eu só me sinto feliz
Quando a vejo na "tela"
Pois, só na tela é que ela,
Entra no meu ambiente,
Ja sei que, pessoalmente,
É perdido, ela não vem.
É TRISTE SONHAR COM QUEM,
NEM SEQUER PENSA NA GENTE.

O meu desgosto é profundo
Por não ser correspondido,
Por ela eu tenho sofrido
Que estou quase um moribundo,
Eu digo pra todo mundo
Que a amo loucamente
E, se amor por mim ela sente,
Nunca falou pra ninguém.
É TRISTE SONHAR COM QUEM,
NEM SEQUER PENSA NA GENTE.

Sei que meu espírito quer
Que, um sim, dela eu espere
E quando alguém me sugere
Qu'eu procure outra mulher,
De uma maneira qualquer
Eu repondo amargamente:
Sem ela eu não sou contente
Nem de posse de um Harém.
É TRISTE SONHAR COM QUEM,
NEM SEQUER PENSA NA GENTE.

Ela, de casa saiu,
Renunciando ao pudor
E seu castelo de amor,
Num Lupanar, construiu
Uma amiga lhe pediu:
- mulher, aceita o Vicente
E ela disse, ousadamente,
Esse amor não me convém.
É TRISTE SONHAR COM QUEM,
NEM SEQUER PENSA NA GENTE.

Do nosso primeiro beijo - Vicente Reinaldo

 

DO NOSSO PRIMEIRO BEIJO

O nome dela era Graça,
Filha de um sertanejo,
O nosso primeiro beijo
Não nos causou ameaça
Não foi num banco de praça
Nem foi em pé-de-janela
Foi perto de uma cancela
Da roça de um sertanejo,
DO NOSSO PRIMEIRO BEIJO
NEM EU ESQUEÇO E NEM ELA.

Quase que fui um fracasso
Por causa da timidez
Mas a ação que ela fez
Tirou-me do embaraço
A ação foi um abraço
Desses de quebrar costela
Que fez subir a procela
Da maré do meu desejo,
DO NOSSO PRIMEIRO BEIJO
NEM EU ESQUEÇO E NEM ELA.

Foi na beirada de um lago
Numa manhã sem sereno
Que no seu corpo moreno
Eu fiz o primeiro afago
Por isso jamais apago,
Em mim, essa página bela
Que mesmo sendo singela
Com muito orgulho a festejo,
DO NOSSO PRIMEIRO BEIJO
NEM EU ESQUEÇO E NEM ELA.

Eu vou ao seu lugarejo
Todo ano, em dezembro,
E se alguém pergunta se lembro
Do nosso primeiro beijo
Eu digo que não desejo
Falar dos segredos dela,
Minha boca não revela
As coisas que só eu vejo,
DO NOSSO PRIMEIRO BEIJO
NEM EU ESQUEÇO E NEM ELA.

Eu ainda estou lembrado,
Foi num final de semana
Que num bater de pestana
O fato foi consumado
Meu fogo foi apagado
E apagou-se o fogo dela
Ela rápida igual gazela
E eu ligeiro igual ‘fulejo,’
DO NOSSO PRIMEIRO BEIJO
NEM EU ESQUEÇO E NEM ELA.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

O CIÚME É UM RAIO RELUZENTE NO ESPAÇO SIDÉREO DA PAIXÃO Vicente Reinaldo

 

Minha esposa é um anjo querubim

Que com crise e pobreza não esquenta

Seu defeito é ser muito ciumenta

Quando saio pra rua acha ruim

Até vai me buscar no botequim

E vai falando do bar ao barracão

Eu em vez de brigar lhe dou razão

Porque sei o que é que ela sente:

O ciúme é um raio reluzente,

No espaço sidéreo da paixão.

 

Eu também sou um homem ciumento

Mas não tenho ciúme doentio,

Tenho muito ciúme, mas confio

Na mulher que ganhei no casamento,

Só não deixo ela livre cem por cento

Pra não dar muita sopa ao Ricardão.

Mulher minha não quero na prisão

Nem lhe dou liberdade totalmente:

O ciúme é um raio reluzente,

No espaço sidéreo da paixão.

 

Ter ciúme demais não adianta

Mas ciúme dosado é muito bom.

Da orquestra do amor ele é o som

E do banquete romântico ele é a janta

A paixão eu comparo a uma planta,

Seu início é tal germinação,

Mais ou menos o meio, a floração,

E o final, é caruncho na semente:

O ciúme é um raio reluzente,

No espaço sidéreo da paixão.

 

No jardim da paixão não brota flor

Mas a terra precisa ser regada

O ciúme é a água perfumada

Que umedece o jardim de um grande amor

Cada amante faz vez de um lavrador

Dando redra na sua plantação

Evitando do joio a expansão

Pro amor germinar-se livremente:

O ciúme é um raio reluzente,

No espaço sidéreo da paixão.

 

Quando olho pra moça seminua,

Minha esposa se zanga e quer brigar

Eu disfarço pra ela se acalmar

Mas a negra zangada continua.

Diz: você, se gostar dessa perua

Eu exijo nossa separação,

Mas esquece de tudo no colchão

Se fazendo de boba e inocente:

O ciúme é um raio reluzente,

No espaço sidéreo da paixão.

domingo, 10 de janeiro de 2021

FLERTE SEDUTOR - Autor: Benone Conrafo

 

Escute o meu conselho que é feito de carinho

Quem sabe esse caminho nos conduza a mais além

O seu olhar distante destrói nossa esperança

Deixemos de vingança tudo em paz vai muito bem

Você não me despreza nem a troco por ninguém.

 

Não seja teatral que o amor não é comédia

Não venha fazer média porque eu não sou assim

Você pensou errado traindo a sua mente

Talvez daqui pra frente nossa briga tenha fim

Não vou mais maltratá-la nem você zombar de mim.

 

Quem ama não maltrata nem tampouco desconfia

Porque a simpatia é quem manda o coração

Você pra mim é tudo também tenho valor

Devido o nosso amor escrevi esta canção

Você me perdoando eu também dou-lhe o perdão.

 

A nossa diferença nos impõe um desatino

Por isso eu não combino humilhar-lhe a tal castigo

Amiga de si mesma você podia ser

Pra não comprometer tudo isso que lhe digo

Além de seu amante eu também sou seu amigo.

 

Não quero ouvir conversa de alguém quando me usa

Só pode haver recusa quando os sonhos são banais

Mas nós que nos amamos com muita perfeição

Existe uma razão pra nós dois sermos iguais

Difícil é se saber de nós dois quem ama mais.

 

Os seres que se amam como nós simples humanos

Criaram nos seus planos esse flerte sedutor

Carinho não se compra, saudade ninguém vê

Por causa de você me tornei um sonhador

Amor só é bem pago quando é pago com amor - fim

 

 

O Suicídio de Zilma - Autor: Vicente Reinaldo

 

É triste, mas é preciso

Contar o que aconteceu

Com uma jovem querida

De um casal amigo meu

Que devido amar demais

Tragicamente morreu.

 

Trata-se de uma garota

Estudiosa e querida

Pelos pais e os irmãos

Dentro da sua guarida

Porém, por motivos outros,

Se despediu desta vida.

 

Zilma Soares da Silva

Era o nome da pequena

Seus pais e seus dois irmãos

Ainda choram com pena

Quando param pra pensar

E recordam da triste cena.

 

Dos 14 aos 15 anos

Zilma conhece um rapaz,

Nos dramas da adolescência

Apaixonou-se demais

E devido ele ser mais velho

Nada contou para os pais.

 

Quando Zilma completou

Os 15 anos de idade

Os amigos e amigas

Do seu círculo de amizade

Reuniram-se à família

Em grande festividade.

 

Dia 15 de janeiro,

Noventa e oito era o ano,

Sua mãe deu-lhe um vestido

De seda, caríssimo pano,

Realizando da filha

Sonho de primeiro plano.

 

A data dos dezesseis

Não trouxe bom resultado,

Pois, no transcorrer da festa

Alguém lhe trouxe um recado,

Dizendo que seu amor

Tinha se suicidado.


Daquele dia em diante

Zilma foi se sucumbindo

A vontade de viver

Cada vez diminuindo,

Mas não falava pros pais,

Da dor que estava sentindo.

 

Zilma sofria calada

Sem dizer nada a ninguém

E não suportando mais

A saudade do seu bem

Pôs, na cabeça, uma arma

E resolveu morrer também.

 

Em 17 de março

Do ano que transcorria

Seus pais voltavam pra casa

Quase no final do dia

E só encontraram silencio

Reinando na moradia.

 

Quando entraram na casa

Um pai chorou de aflição,

No peito de uma mãe

Quase para um coração

Ao ver o corpo da filha,

Sem vida, atirado ao chão.

 

Logo pensou-se em assalto

Seguido de homicídio

As opiniões se opunham

Como se fosse um dissídio

Até que achou-se uma carta

Confirmando o suicídio.

 

Dizia: papai Antônio

E Avanir mamãe querida,

Irmãos Lázaro e Evandro,

Companheiros de guarida

Me desculpem, mas não pude,

Continuar nesta vida.

 

Assim partiram dois jovens

Do mundo vil dos mortais,

A Terra perdeu dois membros

Em suicídios fatais

E Deus uniu duas almas

Conforme às leis divinais.