Minha
esposa é um anjo querubim
Que
com crise e pobreza não esquenta
Seu
defeito é ser muito ciumenta
Quando
saio pra rua acha ruim
Até
vai me buscar no botequim
E
vai falando do bar ao barracão
Eu
em vez de brigar lhe dou razão
Porque
sei o que é que ela sente:
O
ciúme é um raio reluzente,
No
espaço sidéreo da paixão.
Eu
também sou um homem ciumento
Mas
não tenho ciúme doentio,
Tenho
muito ciúme, mas confio
Na
mulher que ganhei no casamento,
Só
não deixo ela livre cem por cento
Pra
não dar muita sopa ao Ricardão.
Mulher
minha não quero na prisão
Nem
lhe dou liberdade totalmente:
O
ciúme é um raio reluzente,
No
espaço sidéreo da paixão.
Ter
ciúme demais não adianta
Mas
ciúme dosado é muito bom.
Da
orquestra do amor ele é o som
E
do banquete romântico ele é a janta
A
paixão eu comparo a uma planta,
Seu
início é tal germinação,
Mais
ou menos o meio, a floração,
E
o final, é caruncho na semente:
O
ciúme é um raio reluzente,
No
espaço sidéreo da paixão.
No
jardim da paixão não brota flor
Mas
a terra precisa ser regada
O
ciúme é a água perfumada
Que
umedece o jardim de um grande amor
Cada
amante faz vez de um lavrador
Dando
redra na sua plantação
Evitando
do joio a expansão
Pro
amor germinar-se livremente:
O
ciúme é um raio reluzente,
No
espaço sidéreo da paixão.
Quando
olho pra moça seminua,
Minha
esposa se zanga e quer brigar
Eu
disfarço pra ela se acalmar
Mas
a negra zangada continua.
Diz:
você, se gostar dessa perua
Eu
exijo nossa separação,
Mas
esquece de tudo no colchão
Se
fazendo de boba e inocente:
O
ciúme é um raio reluzente,
No
espaço sidéreo da paixão.
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